terça-feira, 21 de julho de 2009

Ofertas na internet podem ocultar golpes contra consumidor.

Criminosos iludem consumidores com sites falsos de compras. Desconfiar de preços baixos demais é uma forma de se proteger.
Golpes pela internet começam a se tornar comuns no Brasil. Com nomes falsos, importação fraudulenta ou até mesmo com o CNPJ (registro de pessoa jurídica) de empresas verdadeiras, os criminosos iludem os consumidores, que depositam o valor do produto, mas não recebem a mercadoria. Diante de tantos golpes, as entidades de defesa do consumidor alertam: desconfie de preços baixos demais.
“Essa opção pelo conforto, comprar sem sair de casa, receber pelo correio, propicia não conhecer com quem exatamente está contratando”, alerta Adriana Burger, do Procon-RS. Atualmente, existem na internet sites para que vítimas de golpistas contem suas histórias e alertem outros consumidores. “É bastante importante que as pessoas façam uma averiguação com seus amigos, com sites que prestam informações sobre direito do consumidor, se essas lojas são confiáveis, se costumam entregar esse material”, diz Adriana.
Em Santa Catarina, um homem decidiu comprar duas TVs e um computador portátil no site de uma suposta loja virtual, a Hipermicro. “Eu pesquisei melhores preços, melhores condições de pagamento", lembra a vítima do golpe Amilton João Soares. O site informava que os valores eram de pouco mais de R$ 4,3 mil. Para pagamento à vista, o preço cairia para R$ 3,6 mil – R$ 2 mil abaixo dos valores de mercado. Amilton comprou à vista. Os produtos nunca chegaram. Quando ele tentou acessar o site novamente, uma surpresa. "Não tem mais nada. Sumiu. O site acabou. Saíram do ar, e pro ar também foi o nosso dinheiro.” No Rio Grande do Sul, mais uma vítima. Abel Lazuta comprou um computador por um preço 30% abaixo do valor de mercado. “Estava com um preço promocional de R$ 999”. Além de não enviar o produto, a quadrilha roubou o número do cartão de crédito dele. “Passados alguns dias do pagamento suspeitei do golpe, mas realmente fui ter certeza quando eu percebi que meu cartão de crédito estava com R$ 3 mil negativos”. Outro site que enganou consumidores em todo o Brasil foi o da Factory, que deveria funcionar em Planaltina, interior de Goiás, conforme o registro na Receita Federal. Mas, no local, nem sinal da loja.
“No local funcionava apenas uma loja de roupas, que, a partir do momento que nós passamos a investigar, os indivíduos que estavam mexendo com essa loja já haviam se mudado da cidade”, diz Frederico Monteiro, da Polícia Civil (GO).
A empresa que montou o site da falsa loja Factory está mesmo registrada na Receita Federal. Mas a polícia de Goiás ainda não encontrou o dono dela. No caso da Hipermicro, para iludir o consumidor, os golpistas usaram o CNPJ (registro de pessoa jurídica) de uma loja de verdade, em Minas Gerais. "Nós não possuímos site na internet. Foi usado o nosso CNPJ, o nosso endereço”, conta a gerente da loja Daniela Ataíde. Um segundo golpe muito comum na internet é o da venda de produtos contrabandeados, sem garantia e com notas fiscais clonadas de estabelecimentos verdadeiros. O dono de uma empresa vítima da fraude conta que clientes telefonam para reclamar de vendas que ele nunca fez. “Ele não entra em contato com a página onde ele foi lá e fez e pedido. Ele vai na nota fiscal e a nota fiscal é fria. Porém a minha empresa está aqui, domiciliada há onze anos, e temos que se defender a cada caso”, afirma a vítima do golpe, Benhur Teixeira. O terceiro golpe descoberto pelo Fantástico nas vendas pela internet também envolve importação fraudulenta. A declaração na embalagem informa que ela contém um produto, mas dentro está outro. As caixas que entram pelo Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro são examinadas em uma máquina. Pelas características, é um eletrônico, porque o eletrônico dá a coloração totalmente azul. A declaração diz que é de produtos de cuidados pessoais.
“É um videogame de última geração. Isso é apreendido pela Receita Federal e é lavrado auto de infração de impedimento. Posteriormente vai ser feito leilão desse produto”, informa o funcionário da RF, Alexandre Cassar.

Fonte: G1

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