sábado, 13 de março de 2010

Cartunista da Folha de São Paulo é assassinado em Osasco!



O cartunista Glauco foi assassinado em Osasco na madrugada de 12 de março de 2010. Seu advogado divulgou à imprensa que o crime ocorrera durante uma tentativa de assalto seguido de sequestro: Glauco teria negociado com os bandidos, que o levariam e deixaram sua mulher e os dois filhos. Enquanto saíam de casa, um outro filho de Glauco (Raoni, de 25 anos) chegou ao local e tentou dissuadir os assaltantes, que atiraram e mataram pai e filho. Mais tarde esta versão foi desmentida. Na versão da família de Glauco, o universitário Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, suspeito do crime, teria tentado convencê-lo a sair de sua casa para dizer à mãe do jovem que ele era Jesus Cristo. Segundo o delegado da Delegacia Seccional de Osasco, Carlos Eduardo tem passagem pela polícia por porte de drogas e não tinha porte de arma.

"O jovem chegou, procurou pela família, discutiu com Glauco, sacou a arma e começou a atirar. Nesse momento, o filho do cartunista chegou. Ele continuou atirando e se evadiu", disse o delegado, que classificou o jovem como "problemático". O filho teria reagido para proteger o pai.

Glauco e Raoni foram enterrados no cemitério Gethsêmani Anhanguera, zona norte de São Paulo. Para o editor de Opinião do jornal Folha de S.Paulo, Marcos Augusto Gonçalves, Glauco, que era "uma personalidade avessa à violência, acabou por morrer da mesma maneira que outros militantes da paz"
O trabalho do cartunista
Com um humor ácido, piadas rápidas, traços limpos, "ultrassofisticado no pensamento" e com "um jeito particular, que unia inocência e malícia", Glauco colaborou para a modernização do projeto gráfico e do estilo dos cartoons brasileiros em período coincidente com o do advento de uma geração pós-ditadura.
Os trabalhos do cartunista expressavam "o singelo, uma expressão quase infantil". A abordagem dos seus trabalhos era o cotidiano e a sua degradação. Problemas conjugais, neurose, solidão, drogas e violência urbana eram retratadas "sempre com graça e compaixão".
O nome de Glauco sempre esteve associado aos de Angeli e Laerte, "a santíssima trindade dos quadrinhos brasileiros", pela afinidade e por trabalharem no mesmo jornal durante 25 anos.

 


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